quarta-feira, 9 de abril de 2008

TRABALHADORES DO SUL PROPÕEM GREVE GERAL PELA REDUÇÃO DA JORNADA


Salário mínimo regional do Paraná, de R$ 548, será referência nas negociações coletivas unificados nos três estados do Sul


Em evento encerrado nesta sexta-feira (dia 4) em Matinhos, no Litoral paranaense, trabalhadores dos setores têxtil, vestuário, couro e de calçados do Paraná, Santa Catarina e do Rio Grande do Sul – que participaram do II Fórum Sindical Sul – debateram a proposta de realizar um Dia Nacional de Greve Geral e de Protestos pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e pela ratificação dos artigos 151 e 158 da Convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que prevêem o direito à negociação coletiva e a proibição da demissão imotivada.


Foi neste clima que o presidente do Centro de Estudos Sindicais (CES), Altamiro Borges, proferiu uma concorrida palestra na abertura do evento, na quinta-feira. Ele disse que o cenário atual é muito mais favorável à luta dos trabalhadores do que em relação aos anos 90. “Abriram-se, nesta conjuntura, várias janelas de oportunidades. É hora de o movimento sindical ousar mais e exigir mais”, sugeriu. “Este é o momento de sermos mais atrevidos, pois os pedidos nas indústrias são altos e o arrocho salarial acumulado na última década precisa diminuir. É possível fazermos uma mobilização unitária com as demais centrais sindicais”, defendeu Altamiro Borges.


Durante os debates, Borges conclamou ainda os trabalhadores a discutirem as pautas que realmente interessam à sociedade brasileira. Porque, segundo ele, “a mídia impõe uma pauta da direita envenenada”. “O único estado que faz um contraponto à mídia de direita é o Paraná, através do governador Roberto Requião. Ele faz um golaço quando destoa do status quo”, elogiou o presidente do CES.


Além de proporem o indicativo de Greve Geral e Protestos pela redução da jornada de Trabalho, representantes de entidades sindicais também discutiram a unificação das pautas reivindicatórias nos futuros acordos coletivos nos três estados do Sul. Segundo Idemar Martini, presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (Fetiesc), seria a forma de fazer frente à superexploração do capital em cima do trabalho. A idéia, ainda de acordo com ele, é estabelecer um modelo de negociação coletivo unificado, o qual seja utilizado como modelo às demais categorias profissionais de todo o país.


“Queremos utilizar o salário mínimo regional do Paraná, que a partir de 1º de maio será de R$ 548, o maior do país, como referência nas negociações com os patrões em acordos coletivos unificados nos três estados do Sul”, explicou Luiz Gin, presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Paraná (Fetiep), entidade coordenadora do evento. Desde 1º de março, o salário mínimo nacional vale R$ 415.


As lideranças sindicais presentes no II Fórum Sindical Sul aprovaram um “manifesto” do colegiado, que será divulgada na semana que vem, onde propõe o indicativo de Greve Geral e que decide estimular os trabalhadores dos demais estados brasileiros a lutarem pela instituição de pisos salariais regionais, diferenciados do nacional, tomando como exemplo o caso paranaense, objetivando a elevação do poder de negociação das categorias profissionais menos organizadas.


Fonte: FETIEP



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