domingo, 11 de maio de 2008

ATO EM SP MARCA ESTRÉIA DA CTB NO 1º DE MAIO

O 1º de Maio da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) em São Paulo, organizado em conjunto com a União Sindical dos Trabalhadores (UST), reuniu, durante todo o dia, milhares de pessoas na Praça Brasil, Cohab José Bonifácio — também conhecida como "Cohab II" —, para prestigiar o show cultutal e o ato político da central. Segundo Onofre Gonçalves de Jesus, secretário-geral da CTB-SP e responsável pela organização do evento, a região, que fica na Zona Leste da cidade, conta com cerca de 170 mil famílias — umas das maiores comunidades paulistanas.

Por Osvaldo Bertolino

Às 16hs, após uma maratona de shows que começou às 10hs, as lideranças sindicais e políticas discursaram para um público atento. Wagner Gomes, presidente nacional da CTB, inicou o ato político saudando os presentes num dia especial para os trabalhadores em todo o mundo. Em seguida discursou o secretário-geral da Federação Sindical Mundial (FSM), George Mavrikos. Ele disse que trazia uma saudação especial da FSM, que representa 65 milhões de trabalhadores em todo o planeta.

Segundo ele, na Europa, na Ásia e em todas as partes do pleneta os trabalhadores vêem com otimismo a evolução e os processos pelos quais a América Latina está passando. "Apoiamos as mudanças que ocorrem na Venezuela, na Bolívia, no Paraguai, na Nicarágua e no Equador", disse ele. "Apoiamos os governos que dizem 'não' aos imperialistas norte-americanos e da Otan, assim como apoiamos a revolução cubana", destacou.

Frase de Karl Marx

Para Mavrikos, cada povo deve decidir seu presente e seu futuro. "A FSM chama a todos os trabalhadores da América Latina a unir-se e a lutar contra o inimigo comum, a lutar contra as discriminações, contra a pobreza e contra a exploração", ressaltou. Para isso, segundo ele, o mundo precisa de um movimento sindical vivo, democrático, de orientação classista, que contribua efetivamente para as mudanças políticas e sociais.

Mavrikos também lembrou a hipocrisia do governo dos Estados Unidos, dos organismos internacionais e da União Européia quando falam em combate à pobreza. "São hipócritas porque é da sua política que vêm a pobreza para muitos e a riqueza para poucos, a exploração e as guerras", disse ele. "Lutamos contra eles, lutamos por uma sociedade justa, sem exploração do homem pelo homem, contra o imperialismo e o neoliberalismo", enfatizou. E terminou citando a frase famosa de Karl Marx: "Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!"

Evento comercial

Em seguida falou Margarete Gomes Valente, integrante do diretório municipal do PT, que saudou o ato em nome do deputado federal Gilmar Tatto, do deputado estadual Enio Tatto e do vereador Arcelino Tatto — todos do PT. O deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) foi o orador seguinte. Ele lembrou que o 1º de Maio é um dia mundial em que os trabalhadres vão às ruas e às praças em defesa do emprego, de melhores salários, moradia digna, educação e segurança. O deputado explicou que São Paulo é uma cidade em que as injustiças ainda predominam.

Para Wagner Gomes, o ato superou as expectativas. "Tivemos pouco tempo para a preparação e divulgação, por isso o número de pessoas presentes surpreendeu", disse ele. O presidente da CTB ressaltou que durante o ato político a população permaneceu atenta às mensagens dos líderes sindicais e políticos. "Este dia é muito importante para os trabalhadores e valeu o esforço gigantesco dos organizadores do evento para obtermos o sucesso que vimos aqui", disse ele.

Severino Almeida, secretário de relações internacionais da CTB, também fez uma avaliação positiva do evento. "Vejo este ato com otimismo, porque a CTB em curto espaço de tempo conseguiu organizar uma atividade que reuniu esta multidão que está aqui", disse ele. João Batista Lemos, secretário adjunto de relações internacionais, também elogiou o ato e lembrou que o ideal seria a realização de um 1º de Maio unitário e politizado. "Infelizmente, a CUT e a Força Sindical optaram pelo caminho de procurar grandes patrocinadores para transformar este dia em um evento comercial", afirmou.

Teste de mobilização

Antônio Lopes, scretário de Finanças da CTB-SP, também fez uma avaliação positiva do ato. "O evento superou todas as expectativas, tendo em vista o curto espaço de tempo para a sua preparação e divulgação", disse ele. Lopes lembra que este é o primeiro ato público organizado pela CTB, o que mostra o seu potencial de mobilização. Nivaldo Santana, vice-presidente nacional da CTB, também registrou a boa presença de público no ato. "A CTB passou no teste de mobilização porque em 15 dias conseguiu organizar este evento representativo", afirmou. Para ele, a CTB já é uma central com presença consolidada no movimento sindical.

Onofre, o secretário-geral da CTB-SP responsável pela organização do evento, estimou que 10 mil pessoas estavam presentes quando o cantor Netinho preparava-se para subir ao palco, logo após o ato político. Ele, que é morador da região, registrou que a resposta da população à convocação da CTB e da UST se deve ao fato de ali haver uma densa população trabalhadora. "Os moradores entenderam o propósito do nosso ato e nos receberam de braços abertos, ouvindo nossas mensagens e prestigiando o evento", completou.

Orgulho para a FSM

Em uma rápida conversa com o "Portal da CTB", com tradução para o espanhol de Fotini Malisiova, Mavrikos disse que optou por acompanhar o 1º de Maio do Brasil por causa da importância que a CTB tem para o movimento sindical classista mundial. "Este é o dia mais importante para os trabalhadores em todo o mundo e, hoje, temos a oportunidade de demonstrar a nossa luta contra a discriminação, a pobreza e a exploração", afirmou. Ele lembrou que a FSM conta com 180 entidades sindicais filiadas, em 80 países, e representa 65 milhões de trabalhadores.

Mavrikos disse que é a segunda vez que vem ao Brasil e que ficou impressionado com a força demosntrada pela CTB. Para ele, a central tem um papel de destaque no processo de mudanças pelo qual passa a América Latina. Segundo o secretário-geral da FSM, a CTB é uma organização sindical classista e certamente vai ocupar um espaço importante no movimento sindical da região. Mavrikos ressaltou que a central, junto com a CGTB — que também é filiada à FSM —, pode desenvolver ações conjuntas. E enfatizou que as mudanças em curso na América Latina influenciam a luta dos povos em todo o mundo.

Ramón Cardona, secretario da FSM para as américas, também registrou seu otimismo com a CTB. "Para uma central que nasceu há apenas 4 meses, reunir essa massa é motivo de comemoração", disse ele. "Temos orgulho de ter a CTB filiada à FSM", destacou.

Fonte: Portal CTB

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