sábado, 23 de outubro de 2010

DIRIGENTES SINDICAIS COMENTAM CENSURA E ATAQUES CONTRA CUT E CTB

Dirigentes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) repudiam ação do PSDB para cassar material com posição das entidades em relação ao segundo turno das eleições e dizem que ataques aos materiais das centrais são para desviar a atenção do "escandaloso flagrante policial em gráfica ligada à campanha de Serra", conforme defende nota assinada pelo presidente da CUT, Artur Henrique.

Nesta segunda-feira (18), a pedido da campanha presidencial de José Serra (PSDB), o ministro Joelson Dias, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), censurou a edição de setembro do Jornal da CUT e de outubro da Revista do Brasil. Como as duas publicações apresentam, na capa, a foto da candidata à Presidência Dilma Rousseff, da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, o TSE determinou a retirada de circulação. O conteúdo das edições publicado na internet também ficará sob censura e deverá ser retirado.

O jornal da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) também foi alvo de acusações. Nesta quarta-feira (20), a Folha de S. Paulo tenta jogar sobre a entidade acusação de crime eleitoral ao confeccionar matéria sobre a gráfica contratatda para rodar seu jornal: Editora Gráfica Pana,  a mesma que rodou os panfletos assinados por um braço da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) recomendando voto contra o PT.


O presidente da CUT, Artur Henrique, divulgou nota na página da CUT, nesta terça-feira (19), em repsosta à ação dos tucanos: "é mais uma demonstração de que os tucanos têm sérias dificuldades de conviver com a democracia – sendo o candidato José Serra o mais avesso a essa conquista do povo brasileiro, haja vista o modo como lida com trabalhadores que com ele tentam negociar – cassetetes e balas de borracha", diz um trecho da nota. Em outro trecho, Artur diz que a decisão é carregada de amadorismos, "como pedir para recolher um jornal rodado há mais de um mês e, portanto, completamente distribuído". Leia a íntegra da nota ao fim desta matéria.

Já o Secretário de Imprensa e Comunicação da CTB, Eduardo Navarro diz acreditar que a gráfica Pana tenha tentado se safar do escândalo de crime eleitoral ao imprimir o material de uma entidade que explicitou sua opinião no segundo turno a favor da candidata Dilma Rousseff.

Leia  a entrevista com Eduardo Navarro:

Portal Vermelho: Por que a Folha de São Paulo questiona a circulação de materiais da CTB em apoio a Dilma?

Eduardo Navarro: Na verdade eu acredito que tenha sido uma jogada estratégica da gráfica Pana, porque recentemente a gráfica nos telefonou pergutando se teríamos interesse em fazer cotação com eles. Ofereceram-nos um preço abaixo do mercado e também um outro diferencial: a velocidade, disseram que rodariam o nosso material em menos de 24 horas. Fizemos então a edição do jornal de outubro com essa gráfica para fazer uma experiência. Agora vamos avaliar, porque houve uma quebra de contrato , divulgaram o nosso nome. Com a repercussão, vamos avaliar se é correto manter contratos com eles. Fizemos uma transação comercial e temos nota fiscal para comprovar que a origem do pagamento será dos cofres da CTB, já que é uma produção mensal da central.

Agora, é sintomático, num momento em que se descobre uma produção de um milhão de panfletos com acusações a uma candidata à Presidência da República, e na mesma semana dois outros fatos surgem: um com jornal e revista da CUT e outro com jornal da CTB.

Portal Vermelho: A CTB já havia produzido algum material semelhante neste ano?

Navarro: Já haviam sido produzidos materiais anteiormente explicitando a opinião da CTB, e nenhum deles teve problema.

Portal Vermelho: Qual relação este fato tem com a questão da democracia no país?

Navarro: Eu acho uma grande hipocrisia! Quando se refere a um movimento sindical, as centrais se posicionarem em relação ao futuro do país - a eleição se refere a isso - é tido como desrespeito à legislação. Quando grandes meios, como a Folha, o Estadão e grandes redes de televisão fazem campanha abertamente, aí não é crime eleitoral. O Estadão declarou apoio a Serra e tem feito campanha sistemática. Há uma distorção sobre o que seja o debate acerca do futuro da nação. Trabalhadores e sindicatos não podem emitir opinião, mas a grande mídia pode.

Portal Vermelho: A legislação eleitoral deveria ser alterada?

Navarro: Deveria acompanhar a importância que tem um debate desta magnitude.

Portal Vermelho: E a legislação que versa sobre a comunicação no Brasil?

Navarro: A comunicação deveria ser normatizada e as leis regulamentadas, porque em um debate como esse o interesse da esfera pública surge com mais importância. A grande midia, seus interesses comerciais e econômicos acabam se sobrepujando num debate dessa magnitude.

Leia a íntegra da nota de Artur Henrique em resposta à censura contra a CUT:

"Tentativa de recolher Jornal da CUT é manobra para desviar atenção da fábrica de calúnias e boatos mantida pelo PSDB

Escrito por: Artur Henrique, presidente da CUT

A tentativa do PSDB, através da Justiça Eleitoral, de recolher a edição de setembro do “Jornal da CUT” e da última edição da “Revista do Brasil” (publicação de responsabilidade da Editora Atitude) é mais uma demonstração de que os tucanos têm sérias dificuldades de conviver com a democracia – sendo o candidato José Serra o mais avesso a essa conquista do povo brasileiro, haja vista o modo como lida com trabalhadores que com ele tentam negociar – cassetetes e balas de borracha.

Na verdade, a ação tucana junto ao TSE procurou, em vão, desviar a atenção do escandaloso flagrante policial em gráfica ligada à campanha de Serra, que trouxe a público a autoria dos panfletos mentirosos e caluniadores voltados contra a candidatura Dilma. A Gráfica Pana é de propriedade de uma irmã de Sérgio Kobayashi, um dos coordenadores da campanha de Serra

Além disso, o recurso dos tucanos junto ao TSE prova, mais uma vez, que quando eles mentem quando dizem prezar a liberdade de opinião. Esta, para eles, só vale quando lhes é favorável e contrária a outras candidaturas, tal como é praticada por certas revistas, jornais e emissoras.

A incursão serrista ao TSE também teve lances de amadorismo – como pedir para recolher um jornal rodado há mais de um mês e, portanto, completamente distribuído ou, ainda, nos dizeres do próprio relator do caso, sem apontar onde, no material impresso, haveria campanha a favor de uma ou outra candidatura.

Que fique de uma vez por todas comprovada a hipocrisia dos tucanos e de Serra"

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