segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A “passividade bovina” não ajuda Dilma

*Altamiro Borges (Miro)

O governo Dilma Rousseff não completou ainda nem os “cem dias de trégua” e já causa polêmicas em setores da sociedade que tiveram papel ativo na sua eleição. Alguns se mostram decepcionados e anunciam o seu “desembarque”, adotando posturas típicas de oposição. Outros não toleram qualquer tipo de censura à presidenta e rotulam os críticos de “direitistas”, “afoitos” e outros adjetivos mais baixos. Penso que os dois extremos estão equivocados, erram pela precipitação.

Truque rasteiro da mídia demotucana

Não dá para cair no truque rasteiro da mídia demotucana, que tenta colocar uma cunha entre Lula e Dilma. A presidenta, com seu estilo próprio, representa a continuidade do seu antecessor. Sabe que foi eleita devido à popularidade de Lula, adquirida não por causa de seu carisma – mas graças aos programas sociais de transferência de renda, à valorização do salário mínimo, à postura democrática de diálogo com os movimentos sociais, à política externa altiva e ativa que granjeou respeito mundial.

Seria um suicídio político romper com esta trajetória, que conquistou amplo apoio da sociedade. Dilma sempre demonstrou muita firmeza de convicção no propósito de fazer avançar nestas mudanças. Além disso, o seu governo, apesar de priorizar a aliança com o centrista PMDB, tem forte presença de partidos e personalidades progressistas. Em algumas áreas isto já tem reflexos, como na Secretaria de Direitos Humanos que adota posições avançadas sobre a Comissão da Verdade e na luta contra a homofobia.

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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

1º de Maio unificado reunirá 5 centrais

1º de Maio reunirá 5 centrais sindicais e será o mais representativo em 30 anos.

Com a participação de todos os movimentos sociais e de cinco das seis centrais sindicais — CTB, Força, UGT, Nova Central e CGTB —, o 1º de Maio Unificado de 2011 deve ser a mais ampla e representativa celebração do Dia do Trabalhador nos últimos 30 anos. Desde o histórico 1º de Maio de 1981, em São Bernardo do Campo (SP), uma comemoração da data não reunia um conjunto tão diversificado de forças e tendências do movimento.

A programação deste ano ocorre na Avenida Marquês de São Vicente, na zona oeste de São Paulo (SP), e tem como eixo o lema “Desenvolvimento com justiça social”. As centrais deliberaram nove bandeiras de lutas, como a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, o fim do fator previdenciário, a política de valorização do salário mínimo e o trabalho decente 

A logomarca oficial do 1º de Maio Unificado não contará com o nome das centrais, de modo que cada estado possa adaptá-la, de acordo com as adesões. Segundo as entidades, a orientação é para que as comemorações nos estados trabalhem o mesmo eixo, de maneira preferencialmente unificada, sem prejuízo dos pleitos e das realidades regionais.

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Salário mínimo: Para CTB, Senado referendou política inadequda do governo Dilma

A CTB vem a público para reafirmar sua discordância em relação ao reajuste do salário mínimo proposto pelo governo para 2011, referendado nesta quarta-feira (23) pelo Senado Federal.

A maioria dos senadores votou em consonância à decisão tomada pela Câmara dos Deputados na semana passada, na qual o mínimo ficou estabelecido em R$ 545,00 para 2011.  

Mais uma vez, a CTB entende que o pequeno reajuste proposto pelo governo é um sinal de que a política de ajuste fiscal defendida pelo mercado financeira será cumprida à risca. “Assim como na semana passada, mais uma vez ficou comprovado que a política econômica do país é um grave obstáculo à valorização do trabalho. As centrais voltaram a Brasília e estiveram no Senado firmes em sua posição por entender que é hora de o país iniciar um novo rumo, em direção a um projeto de desenvolvimento duradouro, que privilegie a produção, a geração de empregos e não a especulação”, afirmou Wagner Gomes, presidente da CTB.

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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A luta pela valorização do trabalho sob novas circunstâncias

*Divanilton Pereira

No momento em que se debate uma política que valoriza o salário mínimo no Brasil, penso ser oportuno resgatarmos alguns aspectos dos rumos que sustentam alguns projetos político-econômicos no Brasil e no mundo.

Nessa direção, ganham relevo os debates em torno da crise capitalista manifestada em setembro de 2008.  Nela os defensores do deus-mercado sofreram importante derrota ideológica enquanto projeto político. Marx e Keynes retomaram fôlego como elaboradores científicos do papel do estado na indução econômica.

Naquela ocasião, contraditoriamente, os críticos do fortalecimento dos Estados nacionais sobreviveram com vultosos recursos financeiros desses mesmos Estados. No modo de produção capitalista, mesmo que em última instância eles estejam aí para isso, desmascarou-se o discurso da autorregulação pelo mercado, até então apresentado como caminho único, como uma verdade absoluta.

Atualmente, a Europa e os Estados Unidos, apenas citando esses dois grandes centros, ainda sofrem fortemente seus efeitos – sobretudo a classe trabalhadora que luta para manter os antigos anéis do “bem-estar social” e impedir que sejam arrancados através de pacotes governamentais antitrabalho.

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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O início preocupante do governo Dilma

Altamiro Borges (Miro)*

A decisão da presidenta Dilma Rousseff de promover um corte cirúrgico de 50 bilhões no Orçamento da União confirma que os tecnocratas neoliberais estão com a bola toda no início do novo governo. Eles já bombardearam a proposta de aumento real do salário mínimo, aplaudiram a decisão do Banco Central de elevar a taxa de juros e, agora, festejam os cortes nos gastos púbicos. Tudo bem ao gosto das elites rentistas e para delírio da mídia do capital, que agora decidiu bajular a nova presidenta.

Na justificativa para o corte dos gastos, o ministro Guido Mantega, tão duro contra o sindicalismo na questão do salário mínimo, mostrou-se dócil diante do “deus-mercado”. Sem meias palavras, ele afirmou: “Nós estaremos revertendo todos os estímulos que fizemos para a economia brasileira entre 2009 e 2010... Nós já estamos retirando esses incentivos e agora falta uma parte deles que estão sendo retirados do Orçamento de 2011, que são os gastos públicos, que ajudaram a estimular a demanda”.

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A opção é entre desenvolvimento e especulação

O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, participou nesta terça-feira (15) do debate realizado na Câmara Federal, em Brasília, sobre o reajuste do salário mínimo para 2011. O dirigente foi duro ao se dirigir ao plenário e ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmando que o projeto de desenvolvimento do país estará em jogo durante a votação que definirá o valor do benefício.

“Ou a presidenta Dilma aprofunda os caminhos já iniciados por Lula, ou o Brasil vai para a recessão. Temos que escolher entre o desenvolvimento ou a especulação”, afirmou Wagner Gomes, fechando a lista de representantes das outras centrais sindicais que também puderam discursar e se contrapor à proposta de R$ 545,00 defendida pelo governo.

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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A desconstrução de Lula e a reconstrução de FHC

Cléber Sérgio de Seixas*

Ouvir Alexandre Garcia tecer elogios ao governo da presidente Dilma não tem preço. Já é pacífico que a mídia brasileira partidarizada - depois de tanto ter batido na então candidata petista à presidência, naquela que foi a campanha eleitoral presidencial de mais baixo nível dos últimos tempos – resolveu partir para a adulação de Dilma Rousseff.

Não faltam elogios de intelectuais, articulistas, jornalistas e de gente que até as vésperas da eleição insistia em afirmar que o melhor para o Brasil seria a eleição de José Serra e que Dilma não passava de um poste. Os cães que até há pouco faziam xixi no poste, agora abanam o rabo. Os primeiros movimentos do governo da petista, destacado o corte de R$ 50 bilhões em despesas, são saudados com euforia pelos neoliberais de plantão através de seus tentáculos midiáticos.

Pelo visto, a estratégia da grande mídia é criar pontos de interseção entre tais medidas de cunho neoliberal do governo Dilma - nos moldes dos "choques de gestão" tucanos - com os oito anos da gestão FHC, de forma a passar a idéia de que Lula equivocara-se em suas políticas compensatórias e em não ter seguido à risca a bula do Consenso de Washington.

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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Ano novo, presidente nova, medidas velhas

J. Tramontini*

Passado pouco mais de um mês da posse do novo governo, eleito pelos brasileiros para aprofundar as transformações iniciadas no anterior, o que temos presenciado é um festival de retrocessos.

A lista é grande, apesar do pouco tempo. Vai da nova alta dos juros até o congelamento do diálogo com as centrais sindicais. No último dia nove de fevereiro, após anunciar um corte de R$50 bilhões no orçamento, o governo eleito com um programa popular, foi elogiado pelo oligopólio da comunicação. Os mesmos que passaram a campanha criando factóides para derrotar a candidata Dilma têm se esmerarado nos adjetivos para convencer os desatentos de que o governo, ao qual eles são oposição ferrenha, está no caminho certo.

No último 9 de fevereiro, os telespectadores foram brindados com as absurdas palavras de um anacrônico comentarista de telejornal noturno rasgando elogios a Dilma e contrapondo-a a Lula. Sinal claro de que algo está muito errado.

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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Primeiro ano ou terceiro turno?

Paulo Vinícius*

Graças aos acontecimentos recentes, tenho pensado em uma frase do Aldo Rebelo. Pode haver erro na citação, mas não no sentido. Foi dita quando foi ele preterido pelo aliado hegemônico na disputa à Presidência da Câmara, malgrado seu protagonismo na defesa do Governo Lula face à sanha golpista da direita e aliados ultra-esquerdistas. E a despeito de haver um entendimento sobre a sua recondução. Então, o Aldo, com aquela profundidade de análise e expressão de que é capaz, saiu-se com essa: "Vão conseguir derrotar um aliado". Brilhante. Afinal, qual é o mérito de derrotar um aliado? E, ademais, quando é para agradar os inimigos?

Penso nisso sem poder negar certo abatimento, ao constatar (sem entender) que seja tão importante assim para o Governo Dilma, aumentar em meio ponto percentual a SELIC, cortar na carne no orçamento 2011 (foi dito em campanha não haver necessidade de ajuste fiscal); derrotar as centrais sindicais na questão do aumento do mínimo e, para fechar, ainda espremer os aliados de esquerda na composição do governo.

Receita de cruz-credo

Estamos a internalizar a guerra cambial que os EUA travam com o mundo e a manter a política macroeconômica inspirada pelo neoliberalismo. Reféns da especulação rentista, temo que sigamos como a orquestra do Titanic, empertigada e autista, alheia ao naufrágio, e sem a desculpa da música (que até posso aceitar para um músico). Afinal, a ortodoxia nossa de cada dia, essa que nos faz seguir qual dogma os tais fundamentos, pra que serve mesmo?

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Centrais: dilema de Dilma é entre juros e distribuição de renda

Em reunião nesta segunda-feira (7), na sede da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), as seis centrais sindicais concluíram que a decisão do governo acerca do salário mínimo será uma “opção política entre o pagamento de juros e a distribuição de renda” e discutiram ações no sentido de reforçar a mobilização pelo mínimo de R$ 580 e transformação da política de valorização em lei, inclusive com manifestações de rua previstas para abril.

O presidente da CTB, Wagner Gomes, fez duras críticas às declarações do ex-presidente Lula, que chamou os sindicalistas de oportunistas em função da luta pelo salário mínimo de RS$ 580. "Ele perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado", afirmou o sindicalista.

"Eles é que foram oportunistas"

"Lula está com a memória curta. Não somos oportunistas. Ajudamos quando ele estava no governo e ajudamos a eleger a candidata dele à presidência. Ele perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado. Não devemos desviar o foco da questão central, que é o dilema entre pagamento de juros, que consome mais de um terço do orçamento público, e distribuição de renda", arremematou Gomes.

Para o presidente da CTB, "Lula pode falar o que quiser. Ele não é mais o presidente. Nós queremos falar com a Dilma". Ele revelou que durante a campanha, "quando o Serra prometeu aumentar o salário mínimo para R$ 600, Lula veio com Dilma a um comício em São Miguel Paulista e os dois garantiram que o mínimo teria aumento real. Portanto, oportunistas foram eles e não nós, sindicalistas". 

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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Marco Maia e a redução da jornada de trabalho

Altamiro Borges (Miro)*

A folgada eleição de Marco Maia para a presidência da Câmara dos Deputados – o ex-sindicalista obteve 375 votos, contra os 106 dados ao megaempresário Sandro Mabel – tem forte simbolismo para a luta dos trabalhadores. O ex-torneiro mecânico, assim como Lula, projetou-se na política como líder operário. Foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas (RS) e dirigente da CUT.

Como deputado, o petista apresentou o projeto de lei número 160, em 15 de fevereiro de 2007, que propunha a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Na sequência, o parlamentar manifestou apoio ao projeto de emenda constitucional (PEC) sobre o mesmo tema, aprovado numa Comissão Especial do Congresso Nacional, por unanimidade, em junho de 2009.

Setor patronal está temeroso

Essa trajetória já foi percebida pelas entidades patronais. Segundo a revista IstoÉ Dinheiro, a eleição de Marco Maia “reacende antigos temores dos empresários, como a votação da jornada de 40 horas... ‘Sei que ele teve uma posição muito clara em relação a teses das quais somos contrários’, diz o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade”.

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