quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A luta continua

Paulo Vinícius*

Não me desespero, nem mesmo triste me permito ficar. Diante da ofensiva da direita e de seu poder, do oportunismo suicida da "ultra-esquerda" e da tibieza e dificuldades de nosso campo, o que fica é um imenso orgulho de como temos enfrentado essa situação tão desfavorável, e o exemplo que damos aos lutadores que saberão ver a diferença de um partido verdadeiro e revolucionário. 

Afinal, na vida, na política, sói às vezes enfrentarmos batalhas assim, imensamente desfavoráveis. Penso no Araguaia. Penso no Diário de Maurício Grabois. Penso em Zumbi ante a iminência da derrota de Palmares. Penso em João Amazonas a observar a dissolução da URSS. Lembro até do meu pai, doente, sabedor muito antes de nós de que partiria.


Quando a batalha é imensamente desfavorável, que fazem os revolucionários? Ora, eles fazem aquilo pelo que se definem: lutam. Lutam ainda mais bonito, legam o seu exemplo. Porque a nossa libertação nunca será um êxito individual ou de um grupo. Ela é uma decisão muito mais ampla. E os exemplos precisam frutificar para que a vitória seja nossa. E é importante afirmar essa característica essencial ao militante comunista, essa firmeza especial de quem não está só para as boas horas, esse compromisso que Diógenes Arruda Câmara nos ensinou ser uma opção cotidiana.

Por vários dias, sob intenso bombardeio, a militância cerrou fileiras como um lindo exército ante inimigos gigantescos. Numa correlação de forças cruelmente desfavorável, cada um e cada uma tomou seu posto no combate. Ao contrário do que quis fazer a direita e a imprensa golpista, a militância mostrou e defendeu a sua dignidade. Quantos amigos, conhecidos, militantes de outras legendas não nos tocaram com palavras de afeto! Como brilhou, à luz dos bombardeios, a integridade da militância comunista. E que bonito foi ver a juventude à frente dessa batalha, sem qualquer possibilidade de vacilação ou abatimento. Como é importante para o nosso Partido olhar com carinho para essa geração que é o seu futuro.

E que orgulho que tenho do Orlando. 

É importante que o Brasil observe o que está acontecendo. Hoje mesmo, imensa era a grita de pessoas de outras forças políticas revoltadas com a possibilidade da saída de Orlando. Por que? Por que ficou claro que é um justo que se está a cristianizar. É evidente para os patriotas, os democratas, para a esquerda sincera e consequente: estava em curso uma luta desigual e cruel. 

Serviu toda a nossa resistência para alertar o Brasil das ameaças do fascismo midiático contra a democracia. Claro está para todos que não há qualquer debate ético em curso, e sim uma cruenta luta pelo poder pela direta derrotada em 2010, que está disposta a tudo: sabotagem contra a Copa e as Olimpíadas, associação com entidades internacionais em desfavor dos interesses da Nação, ao acumpliciamento com o crime, que não defende a liberdade de imprensa, que iniciou um intento de macartismo que não respeita nada, que funciona como uma mini-gestapo para destruir a integridade das pessoas. Tudo isso são lições para o Brasil que só puderam existir pela indômita coragem dos comunistas. E esse episódio, se traz importantes ensinamentos aos comunistas, ensina à esquerda e aos que verdadeiramente defendem a democracia.

Aumenta a responsabilidade dos comunistas em lutar pela unidade de todos os que não se acumpliciam com o fascismo midiático. Camaradas, ainda falta muito, nossa obrigação é ter serenidade, firmeza, e lutar ainda mais pela unidade do povo contra o PIG e o capital financeiro, que ameaçam gravemente a democracia que os comunistas conquistaram dando a sua vida. Temos de estar preparados para enfrentamentos muito mais ferozes. Esmaecem as ilusões reformistas de alguns desavisados, e fortalece-se ainda mais a convicção da urgência em defender e aprofundar a nossa democracia, ameaçada pelas forças coligadas do capital financeiro e da imprensa golpista.

Estamos aqui para isso mesmo, e não seremos derrotados. Lembro nitidamente da fala de Renato Rabelo ao alertar lá atrás que alertava sutilmente que a batalha em curso, de tão desigual poderia ter revezes., ao mencionar que a verdade, cedo ou tarde prevaleceria. É confrontado com inimigos maiores que nós que nos agigantamos, e foi exatamente o que o PCdoB fez. Só é derrotado quem desiste da luta. E a luta continua.

*Paulo Vinícius Cientista Social, Bancário, Coordena a Juventude trabalhadora da CTB e é do Comitê Estadual do PCdoB-DF

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